Uma cambada de le�es por dia
Tem gente que diz que mata um leão por dia. Eu ando matando uma dezena.
São v�rios os motivos, mas o principal � o desconforto de uma maioria machista ver uma mulher resolvendo, questionando, mandando, fazendo o trabalho de mais de um homem.
Trabalho na fazenda, no escrit�rio, cuidando de toda a burocracia, falando com fornecedores e compradores, prospectando clientes, exigindo respostas e sendo simp�tica com quem devo ser para um melhor relacionamento. Nesse sentido, não há problema: mulher pode cuidar desses afazeres � mesmo eu sendo mais dura do que muito homem em v�rios aspectos. Eu fico em cima, eu quero resultado, eu respondo todas as exigências que me são pedidas no tempo mais r�pido possível. Minha cabeça est� a mil o tempo todo.
E trabalho na fazenda, também no engenho, na ind�stria. Ali, as coisas são mais complicadas e mais simples. Mais complicadas porque não � todo mundo que aceita quando eu digo �tem que ser feito assim�. Existe uma cultura aqui de que todo mundo (diga-se todos os homens, � claro) tem que fazer uma rodinha e ficar discutindo qual a melhor maneira de se fazer uma reforma aqui, um servião ali, uma melhoria acol�. até a�, nada contra. Mas o problema � que cada um tem uma opinião, ningu�m chega a um consenso e fica pra �resolver mais tarde�. Eu não: eu discuto, pergunto como pode ser, o que seria melhor (porque sou leiga em muitas coisas) e mando fazer (sim, estou começando aprender a mandar � e nesse sentido � mais simples, porque eu mando e acabou � mas sem deixar de p�r a mão na massa junto com os pe�es que fazem a parte pesada do neg�cio).
O mais difícel � ver que o apoio que você esperava em muitos aspectos não acontecem: na minha opinião, meu pai não aceita muito bem eu ter tomado a frente das coisas e não meu irmão. Ele est� orgulhoso, eu sei disso, mas ainda, com certeza, tem a mentalidade dos prim�rdios da vida. Meus irmãos não querem sair da zona de conforto: as meninas têm sua vida fora daqui, meu irmão ajuda somente quando muito necessério (e quando ajuda, ajuda muito. não posso negar).
Muitas vezes, me sinto no limbo: fora da realidade da maioria das pessoas que tem suas vidinhas regradas, seu trabalho com hora pra começar e terminar. E tenho que agradecer mil vezes pelo Marcelo estar ao meu lado. � ele quem me coloca pilha, me p�e pra frente, me incentiva, me faz ver que o que estamos fazendo � o certo. Mais do que meu namorado, meu amigo de trabalho, meu parceiro, meu braão direito. O cara que não deixa ningu�m ser machista perto dele � porque sempre deixa muito claro que quem manda aqui sou eu (mesmo, muitas vezes, sabendo muito mais do que eu sobre muitas coisas).
Como ele disse ontem, est� difícel ter que �quebrar todos os gravetos no peito�. Sim, gravetos. Porque tudo vira tempestade por aqui: todas as mudan�as e alterações são questionadas. Ningu�m v� as melhorias porque não quer dar o braão a torcer.
Mas a gente continua na batalha. E mais difícel do que vender a Cachaça, faz�-la conhecida e reconhecida pela sua qualidade, est� sendo perceber que estamos sozinhos nessa luta. até dar dinheiro, porque quando der lucro, com certeza todo mundo vai querer sua parte...
Os le�es continuam caindo. Um a um. Aos montes, todos os dias.
E sempre estamos mais fortes e mais preparados para o prôximo embate.
Porque mudar conceitos � quase uma guerra.
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3 Comentários:
Gab,
não se esque�a de que você sempre teve "peito" pra tudo isso...
e muito mais!
rsrsrsrrs
A questão mais importante �: você est� satisfeita? O resto � só o resto. No tempo certo, tudo se mostra.
Construa seu jardim e as borboletas virão!
beijos e muito sucesso.
K
Querida,
A resposta � SIM. Eu estou satisfeita.
E se tudo fossem flores, que gra�a teria, não �!?
Mas acho muito bom poder colocar pra fora e, principalmente, ter o apoio dos amigos, como você!!! ;)
Beijos
Gabi
Nada � fácil!
Uma guerra não � feita de uma única batalha vencida e sim por v�rias. Muitos tombam durante essa campanha isso � muito mais que seleção natural, só os devidamente adaptados continuam, seguem em frente com fome, frio e cansado. Os �grandesó estrategistas não colocam o p� no campo de batalha, ficam atrês de suas mesas jogando como os SENHORES DA GUERRA. Mas, não participam do momento da vit�ria! Aquele momento singular e único de olhar para três e ver o caminho percorrido, as adversidades vencidas e os obst�culos que até um segundo atrês eram intranspon�veis.
O segundo ap�s a vit�ria � como estar no para�so.
�A real� vem um segundo ap�s!
Outra guerra com v�rias outras batalhas!
você est� mais preparado e segue em frente.
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