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2.7.07

Um domingo difícil

Comecei a acreditar que sou má. Sem dramas e exageros, a pura realidade.

O caso é que odeio recado e odeio ouvir atrás da porta. Porque a partir desse momento, fico sabendo a opinião de quem está do outro lado, de quem eu tenho desavenças. E assim, começo a procurar as respostas para os motivos que me levaram a tomar uma postura diferente daquela esperada por tal pessoa do outro lado da história. Eu sofro antecipadamente a uma discussão, que possa vir a acontecer.

Porque quero ter argumentos quando e se essa pessoa quiser as respostas. Porque quero explicar por que acho que estou agindo da maneira correta. Normalmente, eu acho e pronto. Mas sem ter que dar explicações. Quando penso nelas antes mesmo de serem necessárias, faço uma bagunça na minha cabeça, começo a enxergar as coisas pela visão do outro e me acho má... Eu sei explicar muito bem para um amigo, para você, as minhas razões, mas me enrolo toda se tiver que explicar a razão para quem me feriu.

Acho que sou má porque vejo que o que disser vai machucar muito e ao mesmo tempo, o que ouvir talvez não seja o que quero ouvir. Covardia. Sou tão forte e tão covarde. Vejo os motivos como uma pessoa de fora e creio que tenho e posso muito mais do que deveria, que tinha que ser mais flexível e enxergar as coisas de uma maneira mais maleável.

Não sei... O pior é que nunca vou falar o que tenho para falar. Eu sempre assumo a culpa. Prefiro ouvir e não magoar ninguém. Prefiro acreditar que EU poderia ter sido diferente – mas sei que, de qualquer maneira, minha postura não vai mudar, meu sentimento não vai mudar e nunca mais (talvez isso seja um pouco forte – espero) vou conseguir ser como já fui um dia: mais espontânea, menos exigente, sem enxergar além das evidências e brigas cotidianas que qualquer um tem.

Sou covarde, além de tudo, por preferir não explicar – porque explicar vai trazer à tona mais mágoas do que o necessário. Porque explicar talvez me coloque no lugar de vítima, e mesmo assim consigam virar o jogo – e eu não quero nenhuma das duas opções. Porque mexer com dores antigas só vai reascender brasas já amansadas com o tempo.

Por favor, não me mande recado; não me faça ouvir – sem querer – suas mágoas. Se tiver que falar algo, venha e fale na hora. Assim, não tenho tempo para remoer e deixar me corroer a ansiedade de dar explicações. Na hora, não tenho como fugir de você e de suas verdades. Mandando recado, me retraio e me confundo com as palavras – peso demais prós e contras para dizer a minha verdade e me escondo de você o máximo que puder.

Não é a primeira vez que isso me acontece. A angústia mais uma vez me faz sofrer e mais uma vez eu digo: sou fraca para essas emoções com hora marcada.


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2 Comentários:

Anonymous K said...

"A gente sempre destrói aquilo que mais ama. Os covardes destroem com um beijo; os valentes, com a espada." Oscar Wilde

não acredito que a gente "sempre destrua" aquilo que mais ama. Mas acredito que os covardes sempre façam uso do beijo e os valentes, da espada. Seja pra destruir, ou só pra lavar a roupa suja.

Força filha. O alívio que vem depois, compensa a briga.

Te amo muito.
K

2/7/07 12:07
Blogger Gabriela

É, Key...

Essa luta é ferrenha há anos. Uma hora vai ter que explodir!

Mas não vai ser fácil lidar com manipuladores. você deve saber o que é isso: sempre na posição de vítimas, eles te fazem um monstro!

Nada fácil.
também te amo, querida!

Beijão

2/7/07 13:02

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