só um assunto de boteco
A Revista Bravo (que eu AMO de paixão!) da edição de agosto fez uma comparação entre nossa literatura e nosso cinema de uma forma muito realista. Atualmente, não � a partir de livros que se movem as discussóes do Brasil. não temos mais Machado de Assis, E�a de Queir�s, Jorge Amado e tantos outros que j� nos fizeram muito ricos em conte�do. além de tudo, o tempo � curto, a vontade de ler vem diminuindo. A Internet fez com que o p�blico tivesse tudo muito mais facilitado e "mastigado".
A música também não causa sentimentos de indagação ou mesmo amor, como era antigamente. Tom Jobim, Vin�cius de Moraes e tantos outros também j� nos deixaram. Caetano e Gil talvez ainda fa�am sua parte realmente cultural nesse setor (no caso, oferecer conte�do no que cantam).
Hoje � o cinema quem mexe com o p�blico, quem causa rebuliãos e questionamentos interessantes: Cidade de Deus abriu essas portas; Tropa de Elite causou um estrondo e diversos outros filmes v�m surgindo mostrando a realidade nua e crua desse Brasil. Ficção e document�rios se fundem. Glauber Rocha iria amar... só não sei se ele conseguiria se adaptar a esse "novo cinema".
Mas, enfim, tudo isso � para levar-nos � questão deste post: uma outra época. também na Bravo, uma matéria nos sugere ir até o You Tube e procurar por Jayme Ovalle � um bo�mio compositor das antigas que escreveu pouco, não teve grande sucesso, mas que era adorado por seus amigos de boemia. Outros tempos... Daqueles em que o mundo girava em torno dos botequins do Rio de Janeiro, em que o importante era se inspirar em longas conversas e muita bebida. Entendam bem: bebida e conte�do com qualidade (ambos!). Ai, que vontade de viver essa época da bossa nova...
E foi assim que fui me deparar com o v�deo de Vin�cius falando sobre a tipologia humana que Ovalle criou:
H� exemplos: Chico Buarque � um Dantas � puro e aut�ntico. Ovalle dizia que todos querem ser Dantas, o que torna a associação perfeita. Afinal, todos querem ser Chico Buarque. Gilberto Gil � um Par�: veio do Nordeste e se fez. Wagner Moura � um Mozarlesco, por causa do papel que faz atualmente, de Hamlet. Arnaldo Jabor � um On�simo � com sua lucidez cortante e ironias exatas, ele consegue esfriar qualquer ambiente. John Neschling � Kerniano: generoso e competente mas também indom�vel � ele criou a melhor orquestra brasileira mas, por ter um esp�rito indom�vel, vai deix�-la em 2010 (� o que dizem).
Eu acredito que eu seja do tipo Kerniano � explosiva até demais. E você?
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